Conversei com o investigador Rainer Daenhardt, li alguns dos seus livros, estudei História da China.
De tudo isto continuo a considerar os séculos XVI e XVII os mais ricos da História de Portugal precisamente porque os portugueses se estabelecem, embora poucos, nos mares do Oriente.
É a Índia, Ceilão (Sri Lanka), Malaca, Reino do Sião (Tailândia), China, Japão.
E de entre os diversos heróis lusos, alguém poderia imaginar que o génio militar, a ousadia, a coragem de Afonso de Albuquerque o levasse e a seis naus para o estreito de Ormuz , no Golfo Pérsico onde estava uma armada de naus diversas e de terradas, totalizando uma força de 250 barcos?
Era preciso ser-se louco o suficiente, mas as seis naus comandadas por Afonso de Albuquerque tinham-se afastado das de Tristão da Cunha.
Após exigir ao Grão-Vizir Cogeatar que se rendesse, apesar do visível mau estado das suas seis naus, os Turcos , Persas e seus aliados como o Rei de Cambaia, ordenaram que as suas terradas se movimentassem e fechassem por inteiro o cerco às seis naus de Albuquerque.
Sucedeu então o inesperado. Afonso de Albuquerque era de facto muito atrevido, mas sabia o que fazia. Os canhões portugueses tinham culatras, o que significava que não precisavam de ser carregados pela boca, podendo disparar, cada um deles, 7 tiros por minuto, contra apenas um dos canhões tradicionais que precisavam de ser puxados atrás, carregados e levados à frente. Além disso os canhões portugueses tinham um alcance de 1400 metros contra precisamente metade dos canhões inimigos.
As naus portuguesas iniciaram um movimento de carrocel, e como os barcos inimigos se acumulavam, Albuquerque deu ordem aos seus homens para dispararem à frente do barco para que os projécteis ganhassem mais impulso ao tocar na água. A maior parte dos tiros atravessou dois barcos de cada vez. A batalha, contra todas as expectativas, pendeu para os Portugueses que tomaram Ormuz.
Este o primeiro passo da estratégia da tomada de Ormuz. Mais tarde o grande almirante ir-se-ia aperceber que havia que construír fundições na Índia e mais tarde em Macau, onde funcionou a fundição Bocarro, que fazia não apenas canhões mas sinos para as igrejas.
Da Índia fizeram-se também, além de canhões e sinos, armas de fogo de pederneira e de percussão, muito apreciadas pelos elegantes trabalhos de incrustração.
Assim, os portugueses estabeleceram bases que permitiam ter novos canhões sem ter de navegar para o reino, como o fariam os ingleses e holandeses mais tarde.
Ora acontece que, quer na Batalha de Ormuz, quer na de Trafalgar, a vitória veio da inovação, da aparente loucura, que no caso de Nelson foi alterar completamente a posição da sua frota.
O futebol é a emulação de uma batalha, com cavalaria (ataque ou contra-ataque) , arqueiros (apoio ao ataque e defesa) e infantaria (defesa e apoio ao ataque). Pergunta-se: será que o arqueiro só saberia usar o arco e a flecha? E se tivesse que se defender com um punhal ou uma lança? Saberia manejá-los?
Do mesmo modo o que se deve exigir dos futebolistas é que sejam guerreiros completos. Até porque ajudavam, à maneira de Albuquerque, a baralhar o inimigo, e assim, com o mesmo poder de fogo dos canhões portugueses, ganhariam sem apelo.
Estratégia é, assim, apenas uma forma de pensar com visão, sobretudo quando se é pequeno como David.
É a Índia, Ceilão (Sri Lanka), Malaca, Reino do Sião (Tailândia), China, Japão.
E de entre os diversos heróis lusos, alguém poderia imaginar que o génio militar, a ousadia, a coragem de Afonso de Albuquerque o levasse e a seis naus para o estreito de Ormuz , no Golfo Pérsico onde estava uma armada de naus diversas e de terradas, totalizando uma força de 250 barcos?
Era preciso ser-se louco o suficiente, mas as seis naus comandadas por Afonso de Albuquerque tinham-se afastado das de Tristão da Cunha.
Após exigir ao Grão-Vizir Cogeatar que se rendesse, apesar do visível mau estado das suas seis naus, os Turcos , Persas e seus aliados como o Rei de Cambaia, ordenaram que as suas terradas se movimentassem e fechassem por inteiro o cerco às seis naus de Albuquerque.
Sucedeu então o inesperado. Afonso de Albuquerque era de facto muito atrevido, mas sabia o que fazia. Os canhões portugueses tinham culatras, o que significava que não precisavam de ser carregados pela boca, podendo disparar, cada um deles, 7 tiros por minuto, contra apenas um dos canhões tradicionais que precisavam de ser puxados atrás, carregados e levados à frente. Além disso os canhões portugueses tinham um alcance de 1400 metros contra precisamente metade dos canhões inimigos.
As naus portuguesas iniciaram um movimento de carrocel, e como os barcos inimigos se acumulavam, Albuquerque deu ordem aos seus homens para dispararem à frente do barco para que os projécteis ganhassem mais impulso ao tocar na água. A maior parte dos tiros atravessou dois barcos de cada vez. A batalha, contra todas as expectativas, pendeu para os Portugueses que tomaram Ormuz.
Este o primeiro passo da estratégia da tomada de Ormuz. Mais tarde o grande almirante ir-se-ia aperceber que havia que construír fundições na Índia e mais tarde em Macau, onde funcionou a fundição Bocarro, que fazia não apenas canhões mas sinos para as igrejas.
Da Índia fizeram-se também, além de canhões e sinos, armas de fogo de pederneira e de percussão, muito apreciadas pelos elegantes trabalhos de incrustração.
Assim, os portugueses estabeleceram bases que permitiam ter novos canhões sem ter de navegar para o reino, como o fariam os ingleses e holandeses mais tarde.
Ora acontece que, quer na Batalha de Ormuz, quer na de Trafalgar, a vitória veio da inovação, da aparente loucura, que no caso de Nelson foi alterar completamente a posição da sua frota.
O futebol é a emulação de uma batalha, com cavalaria (ataque ou contra-ataque) , arqueiros (apoio ao ataque e defesa) e infantaria (defesa e apoio ao ataque). Pergunta-se: será que o arqueiro só saberia usar o arco e a flecha? E se tivesse que se defender com um punhal ou uma lança? Saberia manejá-los?
Do mesmo modo o que se deve exigir dos futebolistas é que sejam guerreiros completos. Até porque ajudavam, à maneira de Albuquerque, a baralhar o inimigo, e assim, com o mesmo poder de fogo dos canhões portugueses, ganhariam sem apelo.
Estratégia é, assim, apenas uma forma de pensar com visão, sobretudo quando se é pequeno como David.
